Depois de todo o aguaceiro que caiu nas várias regiões do país causando estragos incontáveis e mortes indesejáveis, volta-se a falar muito de educação ambiental, como não colocar o lixo em lugar impróprio, não desmatar, como replantar árvores, entre outras noções básicas que tal sorte de educação trata.
Viu-se que as populações de baixa renda, ou as que vivem em áreas de rico (o que seria quase um sinônimo), são as que mais lixo jogam em locais impróprios, ajudando, assim, a entupir os bueiros ou os córregos e rios. Claro que se pode falar de falta de limpeza por parte do poder público, ou mesmo uma campanha para conscientizar essas populações, porém os conceitos básicos de educação ambiental se aprendem dos pais e dos professores. Deixemos de lado os pais, que algumas vezes são mais mal informados que os filhos, e falemos do papel dos professores para a educação ambiental.
O professorado do ensino fundamental e médio das escolas públicas (quando há professores em sala) deve tentar passar os conhecimentos de suas matérias e tentar fazer do aluno(a) um ser crítico do mundo que o cerca. Porém, com os salários miseráveis dos professores de escolas públicas, apesar de terem passado entre 4 a 5 anos nos bancos das universidades, não os incentivam nem um pouco a passar conceitos outros para além de suas matérias específicas.
Não existe educação ambiental sem professorado bem pago. Não existe país basicamente civilizado sem professorado bem pago. Não existe um aluno consciente e crítico sem professorado bem pago. Não existe dignidade na profissão de professor sem um salário decente para quem passou por um vestibular e que estudou a um nível universitário. O professor é um dos responsáveis (senão o mais importante) a criarem nos alunos uma visão crítica acerca do mundo. Sem educação para além do conteúdo não há cidadania. Não foi a toa que os militares aboliram o ensino da filosofia na educação dos alunos! A ditadura não queria cidadãos críticos, tão pouco os oligarcas e a alta burguesia queriam cidadãos críticos. Os professores têm que ser bem pagos, não há outra solução para a questão da educação em todas as áreas, para a igualdade de possibilidades, para aluno verdadeiramente cidadão e crítico.
Ainda falando em conceitos básicos de educação, impressiona-me ver as casas de muitos brasileiros: terminada por dentro e no tijolo à mostra por fora! Que falta de capricho! Que desleixo! Por que não compreendem que uma casa bem feita, bem cimentada, bem terminada, bem pintada, resiste melhor às intempéries climáticas? Por que preferem fazer um churrasco a terminarem a casa? A questão, a meu ver, tem uma resposta na educação. Com uma educação que forme um cidadão pensante e crítico, que tenha professores bem pagos e mais contentes com seus trabalhos, haverá menos acidentes e melhorias de vida para todos! Há que investir em educação: a começar pelos salários dos professores e depois nas estruturas físicas das escolas.
Sem educação não há dignidade, não há civilidade, não haverá Brasil desenvolvido!!!
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