Não surpreende-me que as universidades brasileiras estejam tão mal classificadas nos rankings internacionais de avaliação de ensino e pesquisa. Analisando alguns pontos que tenho observado nos últimos meses, chego à conclusão que os analistas e os parâmetros destes rankings estão sendo honestos em suas avaliações.
A globalização nos trouxe vários benefícios, dentre eles está a circulação de informação de maneira muito mais rápida, mais eficiente e, muitas vezes, que necessita de verificação. No entanto, há mais vantagens que desvantagens em relação à circulação de informação em comparação, por exemplo, ao que havia na década de 1980. Hoje podemos ir a websites internacionais e comprar um livro que acabou de ser lançado, por exemplo.
No entanto, a globalização depende de uma importante ferramenta: a língua. Em que idioma escrever para ser global? A resposta, acredito, seria: o inglês, é claro. No entanto, verifica-se que poucos intelectuais de universidades brasileiras têm fluência na língua inglesa e que os programas de pós-graduação de mestrado e doutorado recorrem pouco, ou nunca, a bibliografias em inglês! Isto sim é um problema. Não somente para saber o que está se passando no mundo atual, mas em suas próprias áreas de conhecimento, pois muitos autores de importância fundamental somente publicam em inglês! Exemplo destes autores seria: Stuart Hall, Gayatri Spivak e Homi Bhabha, somente para citar alguns realmente importantes pensadores na área das ciências humanas!
Outro ponto sofrível nas universidades públicas brasileiras é a burocracia excessiva e desmedida! Um verdadeiro domínio do papel em relação à rapidez e flexibilidade que deve ter uma universidade! Trabalhos e projetos ficam travados por causa da carga burocrática das universidades! Uma verdadeira vergonha!
A questão colocada pela LDB (lei 9394 de 1996) de revalidar TODOS os diplomas emitidos no exterior é uma loucura! Como uma UFP, Uni-Rio, ou seja lá qual universidade pública for, tem o “cacife” intelectual para revalidar um diploma conseguido em universidades de renome internacional? Aqui incluo Oxford, Cambridge, Harvard, e muitas outras top de linha em pesquisa e publicação! Como pode isso acontecer se os intelectuais brasileiros têm dificuldade até para ler um texto em língua inglesa?
Há que diminuir a burocracia e reavaliar a exigência de revalidação de diplomas conseguidos no exterior, pois não se pode colocar todas as universidades em um mesmo saco! A começar pelas universidades brasileiras! Além disso, há que haver a obrigatoriedade de, pelo menos, 10% dos textos estudados nas pós serem em língua inglesa e outros 10% em língua espanhola. Esta vergonha tem que acabar!
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