Não é necessário ter sentado nos
bancos de qualquer universidade que tenha cursos de Economia para
saber que esta crise na Europa durará, no mínimo, até 2018 (10
anos a partir de 2008) e que se deve ao imenso endividamento causado
pelo excesso de confiança (tanto dos que emprestaram dinheiro quanto
dos próprios europeus e norte-americanos que se creem o centro do
mundo civilizado).
O débito externo de alguns países
(segundo Wikipedia.org em Inglês) é:
Reino Unido: 360% do PIB (produto
interno bruto = valor de tudo o que um país produz ao ano);
França: 182% do PIB;
Países Baixos (Holanda) : 344% do
PIB;
Alemanha: 142% do PIB;
Itália: 108% do PIB;
Bélgica: 266% do PIB;
Luxemburgo: 3.443% do PIB;
Áustria: 200% do PIB;
Portugal: 217% do PIB;
Finlândia: 155% do PIB;
Chipre: 129% do PIB;
Mônaco: 240% do PIB.
Enfim...por ai vão os lindos gastos
dos governos e a vida de reis e rainhas que tinham os europeus e
norte-americanos. Isso me recorda os gastos do governo militar brasileiro entre 1968 e 1973, período considerado por eles como "o milagre brasileiro", ou seja, crescimento baseado em endividamento externo.
Agora há que se pagar por isso, pelo
menos fazer com que as economias comecem a crescer para tentar
diminuir estes débitos.
Por outro lado, os famosos BRICs
(Brasil, Rússia, Índia e China) têm os seguintes débitos
externos:
Brasil: 15% do PIB;
Rússia: 33% do PIB;
Índia: 22% do PIB;
e China: 5% do PIB.
Com estas dívidas e a profunda crise
europeia, que ainda tardará muito em terminar, mostra-se que tanto
países que adotaram somente o Socialismo ou somente o Capitalismo
sofreram com a crise de confiança nos mercados financeiros, ou seja,
desde a abertura da Rússia e da China à economia de mercado (sempre
controlada, de certa forma, pelo governo), o crescimento do consumo
do Brasil e da Índia (ambos países com instituições importantes sob controle do governo) e a organização de seus recursos naturais e
de serviços o mundo tomou nova forma. Esta é a prova de que o Neoliberalismo sem freios não funcionou.
Hoje em dia a Índia fornece os
serviços, o Brasil fornece os produtos alimentares, a Rússia
fornece a energia (o petróleo e gás) e a China fornece os produtos industriais
mais baratos que os dos europeus ou norte-americanos. Há uma nova organização mundial que funciona sem a interferência direta de EUA e Europa, isolondo-os.
Os países BRICs souberam
guardar seu dindim e investir em certas áreas. Claro que todos os
quatro têm problemas estruturais, porém que se podem resolver com
investimento acertado e planejado para que o crescimento continue
acontecendo. Porém, o mais importante é que estes países BRICs desestabilizaram o pensamento eurocêntrico-branco-masculino de que Europa-EUA era o centro do mundo, mostrando novas formas econômicas que, de alguma maneira, podem existir sem este "centro"!
Fonte sobre as dívidas externas:
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_external_debt
Acesso em 12/06/2012.