A exposição de Frans Krajcberg no MAC de Niterói (de 03 de setembro a 23 de outubro de 2011) está fantástica! As peças foram produzidas, em geral, em duas cores (com a combinação, na grande maioria, de negro e outra cor) e estão mais explicitamente montadas que as peças de décadas atrás, ou seja, há mais rejuntes (imperceptíveis e que são parte integrante dos trabalhos) e colocações/arranjos de partes. As obras de Frans Krajcberg, sempre de cunho muito naturalista (que se usa da própria natureza, mesmo queimada, mas que não a copia) e preservacionista deixam os espectadores da exposição extasiados. É interessante notar que ele é como vinho do Porto, quanto mais velho, melhor produz.
Analisando a produção anterior de Frans Krajcberg e as obras de hoje pode-se ver o caminho percorrido pelo artista. Hoje suas obras falam com a mesma força preservacionista, porém com um caráter muito mais de escultura enquanto formas compostas de partes que formam um todo e jogam com o espaço. No entanto, há um toque emocional em suas obras que não se limita ao preservacionismo. Há algo de freudiano, de fálico, de masculino-feminino em sua obra.
Para verificar essa similaridades aproximativas que percebi em seus trabalhos, coloco aqui um trabalho de Krajcberg de ontem ( Flor do Mangue – 1965) e hoje (da exposição atual) e um trabalho conhecidamente de cunho psicológico de Louise de Bourgeois (Maman) que remete à infância da artista, à sexualidade, ao pai adúltero e à mãe vulnerável. Olhe bem para estas imagens e reflita sobre este cunho psicológico da obra de Krajcberg.