É a arte-educadora Ana Mae Barbosa quem diz que devemos ser alfabetizados de várias maneiras e que o problema brasileiro na área de educação é exatamente este: a alfabetização. Há vários tipos de alfabetização: “...letral, alfabetização emocional, alfabetização política, alfabetização cívica, alfabetização visual.” (BARBOSA, 1995: p. 63).
Assim, lendo uma notícia sobre pichação no website www.uol.com.br vejo que vandalizaram um painel mural de Emiliano Di Cavalcanti, feito em 1954, em pleno centro de São Paulo. O mural está localizado em frente ao hotel Jaraguá, em um prédio que abrigou antigas jornais importantes de São Paulo.
O que se pode dizer sobre isso? Que o pichador sofre de todos os analfabetismos possíveis, principalmente o visual! Não aprendeu a valorizar uma obra de arte de um dos mais importantes artistas plásticos que já viu este país! Di Cavalcanti foi um importante pintor modernista, um símbolo de uma arte extremamente brasileira em sua essência. Uma lástima completa que o analfabetismo visual chegue a esses níveis de expressão!
A pichação dever ser duramente criminalizada, com, pelo menos, um ano de cárcere; os sprays usados para pichar devem sofrer sobretaxas de impostos para desincentivar sua compra; medidas têm que ser tomadas para fazer com que a poluição visual causada pela pichação feia e de mau gosto não aconteça. Esse tipo de pichação não pode ser tolerado! Gasta-se tempo e dinheiro limpando estas pichações!
Não se pode comparar o que fazem estes vândalos com a arte dos grafiteiros, as duas coisas são bem diferentes! Não se pode sair por ai vandalizando os muros e fachadas de propriedades privadas e públicas como cães mijando nos postes para mostrar que estiveram por lá marcando seus territórios! Que esses adolescentes tenham um curso de arte de grafite e parem de pichar! Falta “escola” para esses pichadores, ou melhor dizendo, criminosos!
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Referência:
BARBOSA, Ana Mae. Arte-Educação Pós-colonialista no Brasil: Aprendizagem Triangular. In: Comunicação e Educação. São Paulo, v.01, n.02, p. 59-64. jan./abr. 1995.